sexta-feira, 8 de maio de 2009

Reflexão sobre a Religião dos Orixás

Durante 400 anos temos vivido toda espécie de massacre e violência externa contra nossa religião. Durante 400 anos temos nos lamentados e chorado em função desses fatos, mas nada temos feito para mudá-los. Nos acomodamos com as migalhas oferecidas e atiradas ao chão pelos “aliados piedosos", que nos permitem fazer o sincretismo com seus deuses poderosos.

Nos atiramos a elas famélicos e subnutridos, pois o que nos foi legado é na realidade uma sub-religião, e com o passar dos anos só confirmamos, na medida em que desprezamos nossa língua, nossa liturgia, nossos cultos, nossos sacramentos e aceitamos a dos outros.

Desde o dia em que nascemos, na realidade já o fazemos na religião e cultura alheia, por falta de esclarecimento de nossos mais velhos, nossos filhos são levados a sacerdotes de outra religião para receber seus nomes, da mesma forma nós mesmos já adultos nos casamos em outra religião por falta de uma cerimônia própria ou do sacramento necessário na nossa.

Nossos ritos de passagens mais importantes o batismo e o casamento foram esquecidos por nossos mais velhos, em função do massacre violento a que foram submetidos, mas isso não serve de desculpa para que façamos o mesmo hoje em dia,pois estamos na era do conhecimento.

Hoje temos acesso a todo tipo de informações e podemos sem maiores problemas comprar a literatura necessária na livraria mais próxima ou estabelecer contato com Yorubas que convivem no Brasil.

É fato que no "Candomblé" a religião e a cultura são orais e assim deve continuar se depender de nossos Agba, pois foi dessa forma que o segredo foi preservado, mas hoje não tem mais propósito o oralismo desproposital pois ele esta na realidade causando mal ao nosso futuro como religião, se é que queremos passar a essa categoria.

Alguns exemplos de nossa falta de respeito com nossa religião:Nossos filhos casam-se em outra religião, que é a oficial.Nossos filhos têm nomes cristãos porque também é oficial.Os filhos de nossos filhos são cristãos porque são batizados na religião oficial, como eles também foram.Nossos (Iawo) iniciados só estão completos após a benção do padre.Nossos defuntos só ficam em paz, após a missa de 7 dia mandada rezar na religião católica.Nossos cultos (festas) mais importantes só são iniciados após uma missa rezada em nossos terreiros por um padre católico.Nossos terreiros estão locupletados de imagens católicas, hindus, egípcias, demoníacas, etc. etc...

E porque tudo isso?

Nós por acaso não temos como fazer nossos casamentos?

Não temos como dar nomes a nossos filhos?

Não temos nossas próprias imagens?

Será que a água benta do padre é mais poderosa que nosso ASÉ?

É evidente que anos atrás não tínhamos como saber de algumas coisas, mas hoje torna-se inconcebível continuarmos a fazê-las, na medida em que temos as informações a nosso dispor nas livrarias, ou no contato com os Yorubas que vivemaqui no Brasil.

E porque não fazemos esse intercâmbio de informações?

Por vergonha de não saber?

Por medo de aprender

Por não querer pagar o saber dos outros na mesma moeda que cobramos o nosso?

Chegou a hora de reagirmos contra esse tipo de atitude, seja ela de quem for. Se nossos filhos quiserem casar em outra religião, que vá e fique por lá. Afinal nós temos como casá-los.
Se os pais de nossos netos quiserem dar a seus filhos nomes cristãos, e batizá-los na outra religião que é oficial, que o façam, mas deixem nossa religião em paz, pois nós podemos dar as nossas crianças seus nomes verdadeiros com todo ASÉ e liturgias necessária, basta que comecemos a fazê-lo.

Como disse a Iyalorisa Odé Kaiode. ¨Meu tempo é agora¨ eu tomo a liberdade de dizer ¨O nosso tempo é agora¨.


Texto de Oga Gilberto Esu Akerekoro Ferreira

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Contatos

E-mail: cristianoboldrini@ymail.com
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Babalorixá Cristiano Boldrini Òsún Sángò

Iemanjá se transformou num rio


Oxóssi vivia com a mãe Iemanjá e com seu irmão Ogum.
Ogum cultivava o campo e Oxossi trazia caça das florestas.
A casa de Iemanjá era farta.
Mas Iemanjá tinha maus pressentimentos e consultou o babalaô.
O adivinho lhe disse que proibisse Oxóssi de ir caçar na matas, pois Ossaim, que reinava na floresta, podia aprisionar Oxóssi.
Iemanjá disse ao seu filho que nunca mais fosse à floresta.
Mas Oxóssi, o caçador, era muito independente e rejeitou os apelos da mãe.
Continuou indo às caçadas.
Um dia ele encontrou Ossaim, que lhe deu de beber um preparado.
Oxóssi perdeu a memória.
Ossaim banhou o caçador com abôs misteriosos e ele ficou no mato morando com Ossaim.
Ogum não se conformava com o rapto do irmão.
Foi à sua procura e não descansou até encontrá-lo.
Finalmente livrou Oxóssi e o trouxe de volta a casa. Iemanjá, contudo, não perdoou o filho desobediente e não quis recebê-lo em casa.
Ele voltou para as florestas, onde até hoje mora com Ossaim.
Ogum, por sua vez, brigou com a mãe e foi morar na estrada.
Iemanjá passou a sentir demais a ausência dos dois filhos, que ela praticamente expulsara de casa.
Tanto chorou Iemanjá, tanto chorou, que suas lágrimas ganharam curso, se avolumaram e num rio Iemanjá se transformou.
(fonte. MITOLOGIA DOS ORIXÁS, Reginaldo Prandi, editora Companhia Das Letras)
Oxóssi e Ossaim vivem nas florestas, Iemanjá é o rio, é o mar, por isso não devemos desmatar nossas matas e nem poluir nossas águas.
Ao se fazer um ebó para esses Orixás podemos, substituir as garrafas de plástico e vidro por copos feitos de côco, ao em vez de usarmos bandejas de papelão usarmos folhas de bananeiras e dispensarmos as folhas de seda coloridas, caso contrario estaremos ao mesmo tempo ofertando e destruindo nossos Orixás.
Babalorixá Cristiano Boldrini Òsún Sángò
A decomposição destes lixos é demorada veja:
PAPEL = de 3 a 6 MESES
PLÁSTICO = mais de 100 ANOS
VIDRO = mais de 1 MILHÃO DE ANOS
fonte: www.ecolegal.com.br

Erinlé transforma-se em rio e encontra Oxum

Enrilé, o orixá caçador e guerreiro, um dia conheceu Orunmilá e tornaram-se amigos.
Enrilé necessitava de dinheiro e seu amigo Orunmilá emprestou-lhe o necessário.
O tempo passou e orunmilá teve que voltar a Ifé.
Como Erinlé não tinha como saldar a dívida, foi procurar a orientação do babalaô.
O oráculo mandou que fizesse oferendas, pois assim conseguiria todo o dinheiro que devia e muito mais.
Mas as oferendas eram demasiadamente dispendiosas e Erinlé não pôde fazer o sacrifício.
Erinlé, sem saída, estava completamente envergonhado.
Foi até o ermo local onde costumava caçar, depositou seus instrumentos de caçador no chão e desapareceu solo adentro. Junto ao seu ofá restou apenas uma quartinha d’água.
Seus filhos, desesperados, procuraram Orunmilá para orientá-los na busca do pai.
Orunmilá disse-lhes que talvez não o vissem nunca mais, mas que fizessem oferendas e teriam ao menos um sinal do caçador.
Os filhos de Erinlé o procuraram por tudo quanto era canto.
Um dia, chegando ao local misterioso onde Erinlé desaparecera, depararam com as armas do pai junto à quartinha d’água.
Ali então ofereceram muitos galos por Erinlé, chamando insistentemente pelo pai.
Logo a quartinha transbordou e a água passou a jorrar em abundância, escorrendo para o chão. O jorro d’água tomou um curso mata adentro, avolumou-se e formou um novo rio, que todos sabiam ser o próprio Erinlé.
Os parentes seguiram o rio, que os guiou até sua casa.
No caminho, Erinlé os fez saber que desejava que os galos a ele oferecidos fossem soltos vivos. Assim foi feito e dizem que os galos de Erinlé estão vivos até hoje e que ninguém ousa matá-los. Erinlé, o rio, continuou a correr para sempre. Em Edê, Erinlé encontra-se com outro rio.
É Oxum, o rio Oxum, que parte de Ijumu e corre ao encontro de Erinlé.
Em Edê os dois se juntam num único caudaloso e calmo rio, são as águas tranqüilas que correm juntas para a lagoa. Da união de Oxum com Erinlé nasceu Logum Edé.
Tempos depois, junto ao rio Erinlé, num lugar chamado Ibualama, pela profundeza das águas, os devotos instituíram um templo para Erinlé.
Por causa do nome do lugar, o Caçador, que também se chama Inlé, passou a ser conhecido como Ibualama.

(fonte. MITOLOGIA DOS ORIXÁS, Reginaldo Prandi, editora Companhia Das Letras)
Nossos Orixás são a Natureza, respeita a Natureza, respeite nossos Orixás, respeite nossa Fé e, pricipalmente, respeite nossa VIDA!
Babalorixá Cristiano Boldrini Òsún Sángò